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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Povos indígenas do Tocantins reclamam de perda da cultura

Fonte: Internet
Muito tempo se passou após a chegada dos povos indígenas no Brasil, porém eles ainda sofrem por não terem sua cultura reconhecida pelo povo como identidade de todos. No Tocantins, vivem nove tribos: Karajá, Javaé, Xambioá, Xerente, Kraho, Apinajé, Pankararu, Kraô Kanela, Atkum e Ava Kanoera. Além da questão cultural, existe um outro agravante: os problemas sociais.

A coordenadora indígena da Secretaria de Cultura do Estado do Tocantins (Secult) Narúbia Karajá conta que no Estado a questão de terra de um modo geral  ainda não está tão conflituoso como em outras regiões, “não é o nosso agravante, nós temos graves problemas sociais com a sociedade envolvente como a perda de cultura” frisou a coordenadora.

Narúbia relata que neste ultimo mês quase dez índios se suicidaram só em uma aldeia. “É um índice altíssimo, acho que o maior índice de suicídio entre os jovens no mundo inteiro, então temos muitos fatores preocupantes, muitos jovens usando drogas, bebida alcoólica e isso se deve ao preconceito que mexe com todos” disse.

Todas estas questões levantadas pela coordenadora, decorrentes da falta de incentivo para a manutenção das manifestações culturais, e mesmo do reconhecimento da população em geral sobre a importância deste patrimônio imaterial vem sido discutido por governo, professores e seguimentos artísticos.

Uma das formas encontradas pela Secult para incentivar a cultura indígena é a criação de editais público específicos para o fomentar a difusão desta cultura. No ano passado, foi lançado o Edital N° 025/2011-SECULT/FEC “Prêmio Idjaruri Karajá 2011 de Apoio à Preservação das Tradições Indígenas”.

Segundo texto do Edital, irá premiar 19 projetos de iniciativa de Pessoa Jurídica, que vise à promoção e preservação da cultura indígena, através de destinação de recursos que viabilizem o fortalecimento e a promoção da diversidade cultural daquele povo, com o objetivo de premiar as manifestações culturais tradicionais indígenas, fortalecer e divulgar os seus saberes e fazeres, reconhecendo-os e valorizando-os.

Porém, como explica Narúbia, a elaboração de projetos não faz parte da cultura indígena. “Mas esse ano a gente vai aprimorar isso ainda mais pegando exemplo do que aconteceu no MinC para poder aceitar projetos gravados em áudio e assim estar melhorando para facilitar o acesso como as festas tradicionais, incentivo a feiras” disse.

O Governo Federal sancionou em 11 de março de 2008, a lei 11.645 que obriga as escolas a incluirem elementos da cultura indígena no currículo escolar, determina que os sistemas normativos das culturas afro-brasileira e indígena integrem o conteúdo do Ensino Fundamental e Médio, dando ênfase às áreas de Literatura, Artes e História, tanto na rede particular quanto pública.

Para Ellen Cristine, repórter do site Mundoeducação tal exigência é vista como uma iniciativa rica que resgata uma questão importante da escola, propiciando aos alunos maiores oportunidades de conhecer o processo de construção do país, bem como compreender a história indígena do passado e do presente, inclusive os aspectos positivos dessa população em relação à cultura brasileira.

Daianni Parreira

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