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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Trotes para o 190 chegam a ser mais de 60 por dia em novembro

Só em novembro de 2011, a Polícia Militar do Tocantins recebeu 1.991 trotes para o número de emergência, 190. Quase 66 ligações por dia, cerca de 15% de todas as chamadas recebidas no mês. Os dados são do Sistema Integrado de Operações – SIOP, instalado no Quartel do Comando Geral há seis anos.


A central reúne as polícias Militar, Civil, Técnica, Corpo de Bombeiros, Guarda Metropolitana e IML (Instituto Médico Legal), que trabalham em conjunto para atender a população nos casos de urgência.


A ferramenta, que deveria agilizar o trabalho no atendimento das chamadas de emergência, com deslocamento mais rápido de viaturas, por exemplo, quando mal utilizada, acaba prejudicando as pessoas que realmente precisam do serviço policial, médico ou de bombeiros. “O tempo que gastamos para apurar uma falsa denúncia, atrapalha as investigações de casos verdadeiros”, explica o Major Peres, também do Comando Geral.


Para tentar solucionar o problema, a delegada diretora do SIOP, Millena Coelho Jorge Albernaz informa que, no segundo semestre deste ano, “foram efetuadas campanhas educativas nas unidades escolares, objetivando a conscientização da comunidade estudantil sobre a importância dos serviços de emergência e enfatizando os prejuízos que os trotes podem ocasionar”.


A preocupação da delegada, em conscientizar principalmente estudantes, se confirma em dados da Polícia Militar de São Paulo, onde 70% das 5 mil ligações diárias são trotes cometidos por crianças. 


Crime
A delegada Albernaz lembra, ainda, que tal atitude é considerada crime. O Código Penal Brasileiro, no artigo 340, diz que “Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou contravenção que sabe não ter se verificado”.  A pena pode ser detenção, de um a seis meses, ou multa.

Prejuízo
A estudante Juliana Ribeiro tentou entrar em contato com a Polícia no início de novembro. “Meus vizinhos estavam fazendo muito barulho, e já passava das 22h. Tentei acionar a Polícia, mas o 190 só dava ocupado”.
Juliana conta que não foi a primeira vez que isso aconteceu. “Vai saber se eles estavam atendendo a um trote enquanto eu precisava de ajuda de verdade. Ainda bem que não era nada grave”, afirma a estudante.

Infográfico: Ana Caroline Ribeiro


Ana Caroline Ribeiro
ana-carolineribeiro@hotmail.com

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