Reportagem: Luiz Cláudio Santana Duarte
O professor José Expedito Cavalcante, atual vice-reitor |
Graduado em Química pela UFAL, Mestre e Doutor pela UFPE, Ex-diretor do Campus de Araguaína, atuou nos cursos de Engenharia Ambiental (Palmas), Serviço Social (Miracema), Pós-Graduação (mestrado e doutorado) em Ciências Animal (Araguaína) e Doutorado em Biotecnologia (Palmas) e é o atual vice-reitor da UFT.
O professor não pode receber pessoalmente nossa equipe, a entrevista que segue foi realizada por email.
Entre outras coisas, o candidato disse que se sente preparado para a condução de um novo tempo na UFT, que procurará valorizar todos os servidores técnico-administrativos e docentes, e que o novo corpo diretivo será definido com base no mérito acadêmico e na dedicação profissional.
1- Por que o senhor decidiu se candidatar ao cargo de Reitor da UFT?
José Expedito - Aceitei o desafio por acreditar no ser humano como um ser social, capaz de transformar sua realidade por meio de uma educação libertadora e civilizatória. Por ser servidor desta instituição, desde 2004, e como trabalhador da educação pública, ter atuado fortemente no ensino, pesquisa, extensão, e na gestão universitária, como diretor de campus e vice-reitor, procurando conhecer suas potencialidades e limitações, acredito estar preparado para a condução de um novo tempo da nossa instituição rumo a uma UFT plural, proativa e indutora, feita por todos que nela interagem.
2- Como a sua chapa se posiciona politicamente nesta eleição (situação/oposição à atual reitoria)?
José Expedito - Sou, atualmente, o Vice-Reitor da UFT e ex-diretor do Campus Universitário de Araguaína, funções para as quais fui eleito pela comunidade acadêmica. Tenho procurado desempenhar minhas atividades com total observância aos princípios da administração pública. O nosso atual reitor não é candidato a reeleição, portanto, neste momento, não cabe a leitura de ser situação ou oposição a ele. Estamos construindo, com a participação de pessoas de todos os campi, uma frente amplamente propositiva, sem vinculação a partidos políticos, para uma gestão inovadora que consolide as nossas conquistas e permita mais avanços dentro de uma política, estritamente, acadêmica e universitária com vistas ao desenvolvimento pleno e plural da universidade.
3- O que o senhor faria como reitor, que a atual gestão deixou de fazer?
José Expedito - Nosso foco será a implementação de uma política de gestão acadêmico-institucional para o ensino que contemple as dimensões didático-pedagógico e de infra-estrutura para todos os cursos da universidade; revigoramento e otimização da gestão administrativa buscando a descentralização administrativa dos campi, valorizando todos os servidores técnico-administrativos e docentes; elaboração de uma política estudantil efetiva de enfrentamento e resolução das demandas estudantis, como moradia, alimentação, inclusão digital, apoio pedagógico, transporte para ações acadêmicas, esporte e cultura em todos os campi, fomentando, concomitantemente, a inserção do aluno na pesquisa e na extensão.
4- Porque a escolha do professor Aurélio Pessoa Picanço (Diretor do Campus de Palmas) para vice-reitor, na composição de sua chapa?
José Expedito - Encontramos no professor Aurélio a mesma disposição, ideais e experiência administrativa que se somam a um projeto que contemple a realidade multicampi da universidade. Buscamos uma composição político-universitário que integre os campi do interior com o campus da capital e tratar a UFT na sua totalidade.
5- Comentam que o Professor Aurélio Picanço foi apoiado politicamente para a direção do Campus, com o propósito de apoiar o reitor nesta campanha. O senhor sabe informar o que houve?
José Expedito - A política acadêmico-universitária, na nossa percepção, deve ser conduzida pelo mérito acadêmico, pela dedicação profissional e pelo respeito aos princípios da administração publica. Nesse contexto, é que as pessoas se organizam para as composições que consideram possíveis num dado momento, e considerando que a vida universitária é dinâmica, alterações sempre ocorrem desde que sejam feitas visando ao interesse público institucional.
6- O que o senhor pensa em fazer com relação à ampliação dos diversos Campi da UFT?,
José Expedito - A partir das demandas e das necessidades de cada campi, buscaremos a promoção de ações para atender aos respectivos projetos de desenvolvimento locais, valorizando suas especificidades e estimulando um crescimento contínuo de todas as unidades.
7 – E com relação aos laboratórios?
José Expedito - Entendemos que a ampliação dos campi será encaminhada naturalmente, nesse processo, incluímos a implantação e consolidação de laboratórios em todos os cursos, tendo como base o plano de gestão acadêmico-institucional que iremos implementar. Os laboratórios do curso de Comunicação Social, por exemplo, fazem parte do complexo laboratorial em construção no Campus de Palmas, que também atenderá aos demais cursos do campus.
8 – Existe uma queixa dos alunos pela falta do restaurante universitário, como pensa em resolver essa questão
José Expedito - Quanto aos restaurantes universitários, atualmente, encontra-se em construção o do campus de Palmas e, em processo de contratação, o dos campi de Araguaína e Gurupi, que contam com cursos integrais. Nos demais, avaliaremos com a comunidade qual a melhor forma de atendimento a esta demanda.
9 - Tendo em vista que o orçamento 2011 da UFT foi de cerca de 139 milhões (dados do Projeto de Lei Orçamentária 2011), como o senhor pensa em trabalhar de modo a evitar situações como a denúncia feita pelo MPF/TO sobre uma possível contratação ilícita de prestadora de serviços, realizada pela atual gestão?
José Expedito - A universidade, como ente público, sempre será fiscalizada pelos órgãos de Controle Federal, algo natural e próprio do setor público, assim, para minimizarmos qualquer possível questionamento, tomaremos como prática o acurado planejamento das ações de gestão financeira da UFT, observando a legislação pertinente e primando pelos princípios de legalidade, moralidade, impessoalidade, publicidade e eficiência no uso das verbas públicas.
10- No Governo Federal é comum a doação de ministérios e cargos públicos em troca de apoio político. Na busca de apoio, que antecede as eleições para a reitoria da UFT, existem negociações em troca de Pró-reitorias?
José Expedito - A UFT hoje, em nossa percepção, tem como função social formar profissionais qualificados, como cidadãos ativos, para exercerem as mais diversas atividades, aptos a produzir e problematizar o saber, estimulando o pensamento crítico nas diferentes áreas do conhecimento científico, humanístico, tecnológico e cultural necessários ao desenvolvimento do estado do Tocantins e do Brasil. Para cumprir seu papel, é imperativo que os agentes que cuidam dessa condução sejam definidos com base no mérito acadêmico, na dedicação profissional e no respeito aos princípios da administração e do interesse público. Esta será a linha de atuação que adotaremos na próxima gestão da nossa universidade, para definição e apresentação à comunidade do seu novo corpo diretivo.
11- Nos últimos dias, presenciamos situações bastante complexas em relação à prisão de universitários, por uso de maconha em um dos Campi da USP, e de manifestações dos alunos contrários à presença da polícia nas Universidades. Qual a sua opinião com relação às duas situações?
José Expedito - Felizmente, nosso cotidiano difere do da USP, no sentido de que encaminhamos nossas demandas sociais, conjuntamente, com a sociedade que nos cerca, observando a legislação nacional. Assim, não podemos compactuar com práticas autoritárias e, em relação ao uso de substâncias ilícitas, em consonância com os debates que estão em curso no governo federal, acreditamos que, dentro das possibilidades e limites da universidade, diferente da pura e simples criminalização, devemos tratar desse problema como uma questão complexa e premente de saúde pública.
Maiores informações através do telefone da redação (063) 3232.8185
Produção: Luiz Cláudio Santana Duarte
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