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terça-feira, 8 de novembro de 2011

DROGAS


Famílias “co-dependentes” têm apoio em Palmas 



Quando uma pessoa passa a ser dependente químico, seja de drogas lícitas ou ilícitas, sem saber, ela leva a família junto, a família passa a ser co-dependente devido às consequências decorrentes do uso de drogas. Uma delas, a mudança de comportamento do usuário dentro de casa, outra, o preconceito tanto ao usuário quanto aos familiares.
Pais e irmãos são diretamente atingidos e muitas vezes não suportam a luta para adaptar-se a nova realidade. Quando se divide a mesma casa, as dificuldades são ainda maiores. A agressividade e roubo são atitudes dos usuários que irão exigir mais a compreensão da família.
O amor é posto a prova neste momento, o dependente mostra para a família que é vítima, e por ações antes nunca vista, consegue aos poucos o que quer. A família por sua vez, diante dos olhos dos outros, passa também por vítima da situação. Sem um auxílio externo, que seja o diálogo com outras pessoas na mesma situação, o problema tende a ficar pior.

Amor Exigente

Diante deste quadro, a família tem um “porto seguro” para receber apoio e se fortalecer, onde vai aprender um novo relacionamento com o dependente que agora apresenta em casa situações como o chantagismo, preguiça, desleixo e negação dos valores éticos familiares antes vividos. Grupos de ajuda se apresentam como o caminho que guia essa família de volta à normalidade. 
O grupo Amor Exigente, atuando em Palmas há quase três anos, sustenta essa saída. A coordenadora em Palmas, Maria Edna, esclarece que há casos em que além da família o usuário também participa. O dependente quando chega ao grupo não aceita a verdade e acha que ainda está na fase de usuário e que com a ajuda do grupo conseguirá sair, fato que às vezes acontece.
Porém, há casos opostos: “Às vezes a pessoa chega e percebe que ela não tem condições de sair só com a ajuda do grupo, aí ela passando por aqui se torna mais claro as necessidades de buscar uma ajuda maior”, destaca Maria Edna, explica. “Em alguns casos, uma internação ou um acompanhamento psicológico são necessários”.
No entanto quando o dependente não sai da condição, mas a família consegue levar uma vida como antes, o objetivo também é alcançado. No grupo há o consenso de que o trabalho vale à pena, pois fortalece a pessoa.


O grupo Amor Exigente está em desenvolvimento pelo Estado e já conta com sedes na região norte e sul, em Palmas, também há o trabalho para criar novos grupos, uma vez que o tamanho da cidade dificulta o deslocamento das pessoas para os encontros.
Maria Edna conclui dizendo que a co-dependência é uma situação muito séria que precisa ser trabalhada, pois “já tem estudos comprovados pelo Amor Exigente e outros grupos que cada dependente envolve pelo menos sete pessoas da família numa situação de desequilíbrio, não de loucura, mas de conflito”, e ainda que “é impossível você viver com um dependente sem sofrer as consequências daquela dependência química”.


Entenda!

Toda quarta-feira, às 19h30min no auditório do Procon, o grupo se reúne para um momento de oração, reflexão, partilha e debate sobre temas pertinentes a realidade do grupo.
O Amor Exigente trabalha com 12 princípios  básicos que norteiam a vida de cada membro. Para cada reunião há um planejamento, no qual os participantes podem fazer a oração da serenidade refletir mensagens de autoajuda e falar das experiências diárias.
Dona Lúcia (nome fictício), um dia buscou ajuda e hoje se coloca à disposição dos que buscam o Amor Exigente (vídeo). 


Djavan Barbosa (djavan.barbosa@hotmail.com)
Sérgio Nolêto(serginhobrasil31@hotmail.com)

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