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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

CAPS – Uma nova página na história das doenças mentais

Por Raymara Santos e Waleson Matheus - walesommatheus@hotmail.com




Neste ano em que é comemorado o 10° aniversário da Lei da Reforma Psiquiátrica, o Tocantins é o único estado que se encontra adequado à proposta do movimento de luta antimanicomial, oferecendo serviços de atenção psicossocial em substituição às internações compulsórias, aquelas realizadas sem o expresso desejo do paciente, em qualquer tipo de serviço de saúde.

Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) trouxeram um novo modelo de atendimento humanizado, oferecido pela rede psiquiátrica pública, que preza, sobretudo pelos direitos e a liberdade dos pacientes. De acordo com a população de cada município, os CAPS podem ser de tipo I, II, III, AD (Álcool e Drogas) e Infanto-juvenil (CAPSi).

No Tocantins, há 10 unidades do CAPS credenciadas pelo Ministério da Saúde, nas cidades de Araguaína, Araguatins, Colinas, Dianópolis, Gurupi, Porto Nacional, Paraíso, Tocantinópolis e Palmas, que conta com 02 unidades, sendo uma do tipo AD (álcool e drogas).



O TRATAMENTO NO CAPS

O paciente que chega em crise, entra no plano terapêutico intensivo, sendo necessário que vá à unidade do CAPS todos os dias e fica o dia todo para receber os 22 procedimentos mensais, ministrados pelo médico, psicólogo, assistente social, terapeuta ocupacional, cuidados de enfermagem, dentre outros programas, oficinas terapêuticas. Este intensivo pode durar até três meses.

Quando melhora da crise, o paciente vai para o semi-intensivo, nesta fase não precisa ir à casa todo dia, vai três vezes por semana. Pode fazer 12 procedimentos por mês. Assim, cria autonomia e reduz a necessidade de ir ao CAPS, podendo ir apenas uma vez por semana.

Segundo a gerente técnica de saúde pública e mental da Secretaria Estadual de Saúde Ester Cabral, após os procedimentos de atendimento do CAPS, a intenção é que se promova a autonomia do paciente e o convívio com a sociedade. “Esta forma progressiva, não diria de alta, mas de autonomia do paciente. Quem olha de fora, pensa que estes estão deixando de ser atendidos, mas não, esta é uma alta acompanhada”, explica Ester.

A intenção é oferecer ao paciente uma forma de autonomia, no período em que ele não está no CAPS, está em outras atividades comunitárias, em curso profissionalizante, se ele tiver condições. “Quando o paciente vai para o não-intensivo, volta para o ambulatório, e recebe acompanhamento, que é um serviço que não é feito mais dentro CAPS”, enfatiza.

O paciente se tiver algum problema, pode voltar para o serviço não-intensivo ou para o semi-intensivo ou, no caso de crise, para o intensivo, explicou a gerente técnica de saúde pública e mental.

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