por Luiz Otávio S. Soave
O crescimento da oferta de trabalho formal cresceu entre as mulheres. Foram lançados os dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do ministério do trabalho que mostram que em 2010 houve crescimento de mais de 7% com relação ao ano anterior, enquanto a oferta para os homens ficou em torno de 6%. Mesmo sendo minoria no mercado de trabalho com 41,6%, contra 58,4 dominados pelos homens, as mulheres se mostram interessadas pelo crescimento nas ocupações.
Professora Mestre do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Tocantins, Cynthia Mara Miranda desenvolve pesquisas entre gêneros e recentemente esteve no Canadá estudando os modelos de posicionamentos da mulher na sociedade. Especializada no segmento da divisão social entre homens e mulheres, Cynthia acredita que mesmo havendo crescimento do espaço feminino no mercado de trabalho, o problema da desigualdade está longe de se resolver - "Não adianta só ouvirmos aquele velho discurso neoliberalista de que as mulheres já alcançaram muitas coisas, precisamos ter realmente os mesmos direitos. Ganhar o mesmo valor já que o trabalho é feito da mesma maneira." E acrescenta ainda que "Não é só ocupar o mercado de trabalho, e sim atentar-se para a forma como se ocupa esse mercado."
Segundo dados da pesquisa do ministério do trabalho, em 2009 as mulheres superaram por pouco os homens no percentual do valor do ganho real e também o número de postos de trabalho por grau de instrução. Ou seja, as mulheres melhoraram seus salários e postos de emprego, porém ainda ganham cerca de 20% menos que os homens em meio privado, e dificilmente assumem cargos de decisões. Na política por exemplo, mesmo com o aumento do número de mulheres participando, são poucas as que conseguem cargos importantes como por exemplo secretarias ou até mesmo ministérios.
Quando questionada sobre quais as possibilidades de mudança no futuro, Cynthia Miranda acredita que as mudanças ocorrem lentamente - "Hoje as mulheres ocupam mais de 50% das vagas das universidades, e é possível que mesmo muito lentamente as mulheres possam se estabelecer com mais igualdade nos cargos de decisão, já que serão mais capacitadas. Dependerá bastante da bancada feminina em Brasília pela luta por melhorias."
Nenhum comentário:
Postar um comentário