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quarta-feira, 25 de maio de 2011

Mais terrível que o Crack, Oxi chega ao Tocantins

por Luiz Otávio S. Soave


          As drogas pesadas tem se tornado tópico de discussões sobre segurança e saúde nacional. O problema se agravou com a estabilização do crack na sociedade, deixando a cocaína para trás no que diz respeito ao poder devastador da vida humana. O poder destrutivo das pedras de crack já é conhecido e estudado, e existem inúmeras clínicas especializadas em tratamento de dependentes de drogas pesadas, isso porque não houve prevenção antes que tal problema se fincasse na sociedade.

                E para quem pensava que o crack seria a última pedra no caminho, já está entrando no mercado negro a nova moda, o Oxi. Basicamente segue a mesma linha de produção do seu irmão crack, porém a facilidade de causar dependência é ainda maior. Segundo pesquisas e dados levantados pela Universidade do Estado de São Paulo - UNIFESP e Universidade de São Paulo - USP, a maior chance de dependência se dá, pois os ingredientes usados na fabricação do oxi são ainda mais tóxicos do que os usados no crack. Em materiais apreendidos pela polícia, foi encontrado na composição até mesmo cimento e solução de bateria.
                O oxi é feito da mesma pasta-base de cocaína, porém para refinar, usa-se gasolina e cal virgem, e se somados ao ácido sulfúrico e cimento, o resultado é um terrível veneno. A nova droga, que é ainda mais barata que o crack, entra pelo estado do Acre e segue para o resto do Norte e Nordeste do país, e vem repercutindo na mídia brasileira, pois está se tornando um grande problema no sul e sudeste. Dados do ministério da saúde apontam que 30% dos pacientes acompanhados chegaram a óbito em menos de um ano.


Infográfico que compara os efeitos do oxi e do crack

              A dificuldade de diferenciar visualmente o entorpecente faz com que os casos não sejam registrados oficialmente, como ocorre no Tocantins. Até agora no estado, houve somente uma apreensão. Nesta sexta-feira, 20, foi encontrado pouco mais de 1Kg de Oxi, na cidade de Gurupi. O delegado adjunto Rafael Falcão, da Delegacia Especializada em Investigações Criminais Complexas - DEIC - que fez a apreensão, afirma que a droga vem sendo vendida como crack devido a grande semelhança na aparência e no efeito. Segundo a DEIC será mantida em sigilo as estratégia de repreensão ao tráfico, mas que haverá blitz nas rodovias a fim de prevenir a entrada da droga.

                Magda Valadares, Superintendente de Assuntos sobre Drogas não soube responder quais a medidas de prevenção que o governo do estado irá tomar. Até o momento não há nenhuma ação de fiscalização da entrada do entorpecente. "Tem sido muito difícil fiscalizar a entrada, pois ainda temos poucas informações a respeito, sabemos que é produzida na Bolívia e entra no Brasil pelo Acre, mas não posso afirmar que o Tocantins faz parte da rota do tráfico". E completa "Eu tenho conhecimento de que já existe procura em clínicas de reabilitação por parte de dependentes desta droga, pois acompanho o trabalho de algumas delas".


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