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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Coleta seletiva: desafio em Palmas


Rubens Gonçalves

Apesar de cumprir importante função social, a coleta seletiva do lixo ainda é incipiente em Palmas. O principal motivo para o atraso no processo é a falta de estrutura das entidades que fazem a coleta, já que a população é favorável à separação do material reciclável do lixo comum, destinado ao aterro sanitário, conforme revelou questionário aplicado pela prefeitura aos moradores de duas quadras da Capital.

Para fazer a coleta, a cidade conta com catadores organizados em uma associação e uma cooperativa. Juntas elas reúnem, oficialmente, cerca de 130 pessoas. Muitas, porém, trabalham de forma autônoma. Para conhecer a realidade desses profissionais, nossa reportagem visitou a sede da Cooperativa de Catadores de Produtos Recicláveis do Tocantins (Cooperan), situada na 1.012 Sul, no Setor Industrial.

Apesar de organizados em cooperativa, os cerca de 65 catadores enfrentam inúmeros desafios, sendo um dos principais a burocracia. Para se ter ideia, há três anos e meio a entidade está sem licença ambiental para funcionar no local. Motivo: teriam que jogar fora todos os materiais recicláveis que acumulam, a céu aberto, no terreno de 1.773 metros quadrados, doados pela prefeitura, já que segundo o poder público o local pode servir de criadouros do mosquito da dengue, Aedes aegypti.

A contradição incomoda o presidente da cooperativa, Otacílio Martins Cardoso. “Se jogarmos fora esse material não temos como trabalhar”, reclama o líder dos catadores, acrescentando que o poder público não quer que os “materiais” permaneçam “no tempo”, mas não ajuda a providenciar um galpão.

O local já conta um galpão, construído com recursos da Fundação Banco Brasil, insuficiente para guardar todo o material que recolhem nas ruas da cidade. De fato, a imagem não é bonita. À primeira vista pode chocar “olhos sensíveis” de visitantes desavisados. Trata-se de um amontoado de coisas velhas, aparentemente imprestáveis, de onde eles tiram o sustento da família, com uma renda mensal que não chega a um salário mínimo para cada catador.

Dificuldades


Seu Otacílio explica que boa parte do “lixo” acumulado no local é levado pelos próprios moradores, o que deveria tornar mais fácil a vida dos catadores. Deveria, porque na prática pode até complicar ainda mais. É que a população, por falta de informação, acaba levando ao local materiais sem qualquer valor comercial, como copos plásticos, vidros e isopor. 

Todos estes materiais são recicláveis e, se não reaproveitados, causa danos ao meio ambiente. Entretanto, explica Martins, os catadores precisam sobrevir e priorizam materiais com maior valor comercial, como papelão, papel branco (escrito) e plásticos macios. “Para trabalharmos com todos estes materiais, teríamos que contar com um complemento de renda da prefeitura”, explica. A prefeitura diz que não tem recursos para isso.

Burocracia

Criada em 2004, a Cooperan não está isenta de impostos. Os cooperados pagam inclusive taxa pela limpeza urbana e Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU), por meio do qual o município abocanha mais de R$ 1 mil por ano. Não bastasse isso, quase todos os materiais são inflamáveis e corre o risco de ser destruído pelo fogo a qualquer momento. “Isso aqui é um barril de pólvora”, alerta o presidente, ressaltando que já estudou a possibilidade de fazer um seguro, mas é inviável em função do alto custo.

Coleta seletiva

De acordo com a gerente de Educação Ambiental da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Serviços Públicos, Sílvia Cecília, a prefeitura está implantando a coleta seletiva, inicialmente, nas quadras 404 e 904 Sul (antigas Arses 41 e 91). Lançado no ano passado, o projeto piloto é resultado de um aplicado pela secretaria.

Segundo a prefeitura aproximadamente 80% das famílias nas duas quadras disseram sim ao trabalho proposto. Essa aprovação dos moradores foi fator determinante para a escolha das quadras, segundo a assessoria de imprensa da prefeitura.

Pelo projeto, a prefeitura de Palmas fica responsável por disponibilizar um caminhão próprio para esse tipo de trabalho, equipes para a coleta e ainda pela educação ambiental junto aos moradores.
De acordo com Sívia, cerca de 650 residências serão alcançadas pela coleta seletiva, que é realizada uma vez por semana. Aos moradores cabe a separação apenas o que é reciclável do lixo comum.

“Não é necessário separar papel, vidro, plástico em sacos diferentes. Esse tipo de separação será feito pela Cooperativa. Nossa orientação é de que os moradores separem tudo que pode ser reciclado em um único saco. O restante do lixo é recolhido normalmente”, explica, acrescentando que o projeto será expandido para outras quadras.

Esse tipo de separação, aliás, é o principal temor dos catadores da Cooperan. Segundo eles, a entidade não dispõe de estrutura suficiente para separar o que serve e o que não serve para comercializado.


Fórum

Esse tipo de discussão, segundo Sílvia, é feito no Fórum Municipal Lixo e Cidadania, que reúne representantes do poder público, dos catadores e dos órgãos ambientais. Ela destaca que antes da implantação total da coleta seletiva é preciso que os catadores tenham estrutura adequada para receber os materiais recicláveis.

Porém, em função da escassez de recursos, o fórum está buscando captar recursos para a essa adequação, a exemplo de R$ 190 mil arrecadados em 2010 por meio de edital público da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Atualmente, conta a técnica, o órgão está pleiteando recursos da ordem de R$ 600 mil junto ao Ministério da Justiça para a construção do galpão para guardar os materiais recicláveis.

Escolas

Apesar de a implantação da coleta seletiva estar apenas começando em Palmas, 32 unidades escolares já fazem esse tipo de separação. O projeto, além de gerar renda para os catadores e evitar a poluição do meio ambiente, tem a função de mostrar aos estudantes a importância da separação dos recicláveis do lixo comum.


Órgãos públicos

Alguns órgãos públicos, a exemplo de secretarias municipais e estaduais, também já fazem a coleta seletiva. O Ministério Público Estadual, por exemplo, separa o lixo reciclável do comum e faze a doação a uma associação de catadores. Exemplo a ser seguido por outras instituições, órgãos e poderes.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Adoção de cães, pense nessa ideia

                                                                                                                              DIVULGAÇÃO
Cão disponível para adoção no CCZ em Palmas


O alto índice de cães abandonados em Palmas tem preocupado o setor de saúde pública por se tratar de animais que podem transmitir doenças ou até mesmo atacar pessoas, no entanto, o problema não pode ser resolvido apenas pelo setor público, toda a população pode colaborar.
O Centro de Controle de Zoonoses – CCZ de Palmas, localizado na TO 080, saída para Paraíso desenvolve o trabalho de retirar das ruas esses cães que oferecem risco para a população e examinar a saúde do animal, caso esteja com calazar, doença transmissível ao homem e que pode levar a morte, o mesmo é sacrificado, mas se não for diagnosticada nenhuma doença no cão ele é disponibilizado para adoção.
A equipe do CCZ saí todos os dias às ruas atendendo a chamados para capturar os cães, é o que afirma Milena Silva, secretária do setor de adoção de cães e gatos “o pessoal do CCz saí geralmente duas vezes por dia, mas só se houver algum pedido de algum morador que queira retirar algum cão que esteja o incomodando, perto de casa o do trabalho, por exemplo. Retiramos em média cerca de dez cachorros das ruas por dia,” afirma.
    ___________________________________________________________A adoção
Cães doentes aguardam o abate     
                Os cães já examinados que não estiverem com nenhum tipo de doença são encaminhados para um canil separado e postos à adoção, “é muito simples, não tem burocracia nenhuma” salienta Milena. Para quem tiver o interesse de colaborar com o CCZ e com a sociedade basta preencher uma ficha cadastral e já sair com seu novo animal de estimação na hora. Deve-se lembrar que os cães já saem vacinados e que o novo dono deve se prontificar a cuidar do animal.  


  • CCZ em Palmas – TO 080, saída para Paraíso. Telefone: 3218 – 5144/5087.                                                                           



   Por, Christopher Gama
campaixao@hotmail.com

sábado, 18 de fevereiro de 2012

GRUPO ANONIMATOS chega ao Tocantins com Expedição Willys no Jalapão


Após onze meses de preparação finalmente o GRUPO ANONIMATOS 4x4 chega à capital do Tocantins, ponto de partida da Expedição Willys no Jalapão que reúne sete carros adaptados da marca Willys fabricados entre as décadas de 60 e 70.  Parte do grupo de 20 Jeepeiros  se encontram hospedado em um hotel de Palmas aguardando o restante da equipe na expectativa de explorar e conhecer as trilhas íngremes preferidas dos aventureiros e aventureiras amantes dos veículos 4x4 off-road.
O passeio de aventura dos expedicionários ANONIMATOS segue uma programação dividida em duas etapas, no sábado dão “ponta pé” inicial saindo de Palmas, às 9 horas. Percorrem na primeira semana os pontos turísticos seguindo as trilhas dos municípios e povoados de Novo Acordo, Lizarda, Mumbuca, Ponte Alta, Mateiros e Jalapão.
Na segunda etapa retornam para Ponte Alta, no mesmo dia dividem a equipe entre os que continuam e os que voltam para São Paulo, o grupo que ficar na cidade segue para o Parque Nacional do Cantão.
Segundo o coordenador da Expedição Willys no Jalapão, Ricardo Del Buon, a Expedição Willys contou com a participação de todos os associados que se reuniam todas as quartas-feiras em uma pizzaria de São Paulo para decidirem sobre os ajustes necessários da viagem, mas afirma que não seria possível sem a colaboração de um amigo e parceiro do grupo, Junior Gama, que fornece as peças de manutenção dos sete Jeeps Willys originário dos EUA  fabricados e utilizados na época da segunda Guerra Mundial. 
Registro dos preparativos da Expedição Willys no Jalapão
Além do reparo nas relíquias, a loja virtual parceira www.gama.com.br  também trouxe uma caminhão carreta que deve auxiliara na troca peças ou dar manutenção nos 4x4 mais modernos que também acompanham a expedição.
Antes deste desbravamento oficial, alguns integrantes do GRUPO ANONIMATOS tiveram a oportunidade de visitar a região do Jalapão e registrar no site www.anonimatos.com.br a realidade deste povo simples. Portanto resolveram se unir por uma causa social trazendo ações semelhantes as que fazem em São Paulo como o JEEP NOEL que distribui brinquedos para crianças carentes no natal, doação de roupas e entrega de brindes que levam a marca do GRUPO ANONIMATOS, mas aqui será realizado fora da época natalina.
“Temos participantes que trouxeram o bagageiro do carro lotado de brinquedos para distribuir entre a  criançada que mora nestes povoados, também vamos entregar camisetas do nosso grupo” revela Fábio Rezende(Sardinha).
Estes aventureiros que na simples conversa entre amigos de uma oficina mecânica de São Paulo descobriram o quanto tinham interesse em comuns pelos veículos 4x4(Jeep).  Dali nasceu no dia 04 de novembro de 1992 um grupo que naquele momento não imaginava as distâncias que percorreriam com estes famosos Jeeps que são alvos de desejos, sensações de liberdade e que despertam o espírito aventureiro. Nem mesmo previam que justamente no ano de 2012 abririam com “chave-de-ouro” a celebração dos 20 anos de existência do GRUPO ANONIMATOS no Jalapão.
Percebe-se que esta corrente de amigos fez a escolha certa ao decidir desbravar as belezas naturais, e encantadoras que existem no Tocantins. Porque além de ser um local propício as aventuras, o trajeto escolhido está repleto de paisagens que presenteiam a visão com dunas, cachoeiras, fervedouro, um nascer de sol e pôr-do-sol mais bonito, a água cristalina refrescante, o canto dos passarinhos para despertar ao amanhecer e principalmente o ar puro inigualável que nada lembra a poluição das grandes metrópoles. 
Sem falar no povo acolhedor que trata o visitante como um membro da família, transmitem tranqüilidade, paz e solidariedade tão rara nos dias de hoje. A simplicidade nos olhos revela a verdadeira amizade que ao mesmo tempo reflete a essência do GRUPO ANONIMATOS.

Edinaldo Viana


 Maiores informações: edinaldo_viana@hotmail.com

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

CRÔNICA: Quem são seus vizinhos?


Ednéia Soares aspira à profissão de atriz, mora sozinha e não passa uma semana sem ir ao esteticista para fazer novas “plásticas” que a deixe mais parecida com a princesa de Guaratí, personagem de uma peça teatral que ela protagonizará. É minha vizinha do apartamento 503, para encontra-la, basta pegar o elevador às 16 horas e lá está ela com sua boca Angelina Jolie, esboçando um longo sorriso e, quando paramos em nosso andar, despede-se com a promessa de uma visita quando arranjar tempo em sua agenda.

No 505 mora o Ricardo, um rapaz tranqüilo e aparentemente determinado a passar no concurso da Polícia Federal. Este, eu conheci na lavanderia do prédio com seus inseparáveis livros. Já o Tonhão, aposentado de 56 anos, possui uma coleção de 16 carros, mora no 507 e exibe uma corrente brilhosa de ouro no pescoço. Ele está sempre acompanhado por mulheres diferentes e quando pergunto sobre sua família, logo desconversa e se diz completo pelas conquistas e escolhas que fez.

Certa manhã, eu tomei coragem e resolvi caminhar um pouco na pracinha. Quando abria a porta do meu apartamento a Ednéia gritou do corredor: “segura o elevador pra mim aí fia”, tomei um choque, pensei: “Como pode, será que ela não sabe o meu nome?”.

Quando o elevador chegou, fiquei surpresa ao ver que o Ricardo ( sem livros ) e o Tonhão ( sem mulheres ) conversavam de maneira íntima, Fingi que estava tudo normal e interpelei se eles se incomodavam de esperar um pouco, recebi um duplo sonoro, “claro que não”, com tom de agradecimento, eu heim, e eles continuaram conversando como se eu não estivesse ali. Após um minuto e meio A Ednéia veio.

Em seguida, apertei o botão do térreo, as portas fecharam-se, a energia acabou e o elevador parou. Tonhão pediu calma e acionou a emergência, Ricardo solicitou um abraço, Ednéia começou a gritar histérica, até então eu não sabia se ela estava interpretando ou se realmente tinha claustrofobia, e eu permaneci calada observando. Após estas primeiras reações, a conversa fluiu... Em cinco minutos a energia voltou e cada um seguiu seus caminhos.

É engraçado como em tão pouco tempo pode mudar toda impressão que temos de alguém. Está aí minha nova descrição dos meus vizinhos:
Ednéia – deve ter algum distúrbio, ela acha que realmente foi a princesa de sua peça em outra encarnação e vive em função de conseguir patrocínio para a realização de sua peça, naquela ocasião tentava sensibilizar o Tonhão para colaborar.

Ricardo – é sustentado pelos pais aos 32 anos e não pretende passar neste concurso para não perder as regalias, embora tenha que manter as aparências.
Tonhão – No fundo é um solitário que chegou até aquela idade em função dos bens materiais e agora tenta compensar o tempo perdido aproveitando as experiências diferentes, só não desvendei o mistério de sua família.

Mudei os conceitos que tinha sobre meus vizinhos em cinco minutos, mas fiquei refletindo, será que tipo de vizinha eu sou? Depois de escrever esse tanto de besteiras acho que faço parte do rol das vizinhas fofoqueiras!

Daianni  Parreira

CRÔNICA: Cidadão de Palmas enfrenta fila até para comprar paçoca

              Uma realidade um tanto cômica e sofrida se reflete no cotidiano do cidadão palmense, aqui na capital enfrentamos fila para tudo, quando digo tudo não estou exagerando, porque quem freqüenta a feira da 304 Sul (Aquela perto do Espaço Cultural) sabe que até para comprar paçoca temos que enfrentar fila.
             Você pensa que autenticar ou reconhecer uma simples assinatura no 2º tabelionato de Palmas é uma tarefa fácil? Sim é fácil para quem se utiliza da esperteza e coloca uma criança no colo e entra na fila preferencial (o jeitinho brasileiro de resolver as coisas), enquanto isso, o cartório Sagramor fica lotado de pessoas (sorte que tem cadeira para alguns) que esperam a destreza e atenção dos cinco escreventes que são treinados para abrandar a reclamação dos clientes.
               “Não podemos ter um atendente para cada cliente”, diz a escrevente rimadora.
Esta frase feita não ilude. Vemos que estes problemas acontecem corriqueiramente, mais nada se faz para amenizar o sofrimento do cidadão, a demanda cresce, mas os gerenciadores destas empresas continuam acreditando no lucrativo potencial das andorinhas que fazem mal o verão acontecer.
                   E não poderia esquecer as filas dos bancos, aquelas que testam a nossa paciência. Ficaram tão famosas nos noticiários que acabaram sofrendo sanções dos órgãos de defesa do consumidor que determina o compromisso de reduzir tempo de espera dos clientes nas filas de bancos, cerca de 15 minutos nos dias normais, e 20 minutos nos dias de pico.
              De uma coisa temos convicção, seja fila em pé ou sentada, tudo é fila, com cadeira ou sem cadeira elas roubam o nosso precioso tempo, e mesmo com tanta tecnologia parecem que não deixarão de existir.
              E lembre-se: nada é tão ruim que não possa ficar pior, porque depois de enfrentar tantas filas nesta cidade que o sol brilha mais forte, você pode se deparar com o triste fato de ter que enfrentar a espera duradoura das eternas filas assustadoras dos Call Centers de empresas de telefonia que dá bastante “pano para manga” na próxima crônica.

Edinaldo Viana

Palmas sedia maior encontro do voluntariado da América Latina neste carnaval

Divulgação
No período em que foliões de todo o Brasil festejam o carnaval, mais de 2.000 pessoas, espíritas e simpatizantes da doutrina reúnem-se na Confraternização das Campanhas de Fraternidade Auta de Souza - Promoção Social Espírita (CONCAFRAS/PSE)  de 18 a 21 de fevereiro, no Instituto Federal do Tocantins (IFTO). O evento também acontece em Paracatú – Minas Gerais.

O encontro oferece 130 cursos e palestras que abordarão diversos temas específicos, como educação, família, administração, caridade, mediunidade, entre outros. Para participar, basta fazer a inscrição no local.  As atividades serão em tempo integral e as refeições e alojamento estão incluídos. Mais informações no site http://www.concafras.com ou ainda pelos telefones (63) 32151576 e 84041441.

A CONCAFRAS-PSE acontece desde 1957 durante o carnaval, é itinerante e promovida por instituições beneficentes, de todo o Brasil e do mundo. Este ano, na 56º edição, conta com o tema “Honrai a vosso pai e a vossa mãe”, e pretende trazer a reflexão da convivência em família, do respeito e auxílio mútuos, na construção de uma sociedade mais justa, espiritualizada e fraterna.

De acordo com o coordenador geral do evento, Neiber Garcia, o encontro tem a finalidade de formar pessoas experientes no voluntariado, para atuarem em todo o Brasil e em alguns países latino-americanos. “Palmas vai sediar o maior evento do voluntariado da América Latina, convidamos você para conhecer e participar deste evento que, com certeza, trará um novo e mais excelente significado às nossas existências” destacou.

Neiber explica que o trabalho voluntário é motivado principalmente, por dois componentes fundamentais: o de cunho pessoal, a doação de tempo e esforço como resposta a uma inquietação interior; e o de face social, que se traduz na tomada de consciência dos problemas cruciais dos menos favorecidos, seja de ordem econômica, educacional, sentimental.

“Altruísmo e solidariedade são valores morais socialmente constituídos vistos como virtude do indivíduo, resultantes da ação voluntária. A caridade promove o crescimento interior do próprio indivíduo que a pratica, transformando as mazelas interiores, em força motriz de ações dignificantes em prol dos semelhantes” ressaltou o coordenador.

Serão capacitados voluntários em diversos níveis e áreas de atuação, desde as que desenvolvem atividades com crianças, até aquelas que lidam com gerenciamento e captação de recursos, para instituições não governamentais, filantrópicas.

Para finalizar, Neiber conta que com número crescente de participantes, tem assistido a inúmeras pessoas em situação de risco e de vulnerabilidade social. “Como resultado desses encontros, além da formação e aperfeiçoamento do voluntariado, inúmeras instituições têm sido edificadas em todo o Brasil” conclui.

Casas Espíritas de Palmas

Em Palmas, vários postos de assistência e de promoção social foram implantados, sobretudo nas regiões de maior carência social, como Jardim Taquari, Jardim Aureny III, Jardim Aeroporto, Lago Sul, Taquaralto, Taquaruçu e quadra 409 Norte. Essas instituições estão ligadas aos Centros Espíritas: Caridade, o Caminho; Maria de Nazaré e Casa do Caminho, que também são promotores da 56ª CONCAFRAS-PSE.

Daianni Parreira

Povos indígenas do Tocantins reclamam de perda da cultura

Fonte: Internet
Muito tempo se passou após a chegada dos povos indígenas no Brasil, porém eles ainda sofrem por não terem sua cultura reconhecida pelo povo como identidade de todos. No Tocantins, vivem nove tribos: Karajá, Javaé, Xambioá, Xerente, Kraho, Apinajé, Pankararu, Kraô Kanela, Atkum e Ava Kanoera. Além da questão cultural, existe um outro agravante: os problemas sociais.

A coordenadora indígena da Secretaria de Cultura do Estado do Tocantins (Secult) Narúbia Karajá conta que no Estado a questão de terra de um modo geral  ainda não está tão conflituoso como em outras regiões, “não é o nosso agravante, nós temos graves problemas sociais com a sociedade envolvente como a perda de cultura” frisou a coordenadora.

Narúbia relata que neste ultimo mês quase dez índios se suicidaram só em uma aldeia. “É um índice altíssimo, acho que o maior índice de suicídio entre os jovens no mundo inteiro, então temos muitos fatores preocupantes, muitos jovens usando drogas, bebida alcoólica e isso se deve ao preconceito que mexe com todos” disse.

Todas estas questões levantadas pela coordenadora, decorrentes da falta de incentivo para a manutenção das manifestações culturais, e mesmo do reconhecimento da população em geral sobre a importância deste patrimônio imaterial vem sido discutido por governo, professores e seguimentos artísticos.

Uma das formas encontradas pela Secult para incentivar a cultura indígena é a criação de editais público específicos para o fomentar a difusão desta cultura. No ano passado, foi lançado o Edital N° 025/2011-SECULT/FEC “Prêmio Idjaruri Karajá 2011 de Apoio à Preservação das Tradições Indígenas”.

Segundo texto do Edital, irá premiar 19 projetos de iniciativa de Pessoa Jurídica, que vise à promoção e preservação da cultura indígena, através de destinação de recursos que viabilizem o fortalecimento e a promoção da diversidade cultural daquele povo, com o objetivo de premiar as manifestações culturais tradicionais indígenas, fortalecer e divulgar os seus saberes e fazeres, reconhecendo-os e valorizando-os.

Porém, como explica Narúbia, a elaboração de projetos não faz parte da cultura indígena. “Mas esse ano a gente vai aprimorar isso ainda mais pegando exemplo do que aconteceu no MinC para poder aceitar projetos gravados em áudio e assim estar melhorando para facilitar o acesso como as festas tradicionais, incentivo a feiras” disse.

O Governo Federal sancionou em 11 de março de 2008, a lei 11.645 que obriga as escolas a incluirem elementos da cultura indígena no currículo escolar, determina que os sistemas normativos das culturas afro-brasileira e indígena integrem o conteúdo do Ensino Fundamental e Médio, dando ênfase às áreas de Literatura, Artes e História, tanto na rede particular quanto pública.

Para Ellen Cristine, repórter do site Mundoeducação tal exigência é vista como uma iniciativa rica que resgata uma questão importante da escola, propiciando aos alunos maiores oportunidades de conhecer o processo de construção do país, bem como compreender a história indígena do passado e do presente, inclusive os aspectos positivos dessa população em relação à cultura brasileira.

Daianni Parreira

MINISTÉRIO DA SAÚDE MODIFICOU A FAIXA ETÁRIA PARA SER DOADOR DE SANGUE

Véspera de carnaval e assim como em todos os anos as unidades de coleta de sangue em todo o país ficam atentos quanto ao número de doações que pode não suprir a demanda. E não somente nesta época, mas em todas as datas festivas como o fim de ano e as férias escolares, o número de acidentes de trânsito crescem consideravelmente.
Poucas pessoas sabem, mas a idade mínima e máxima para ser um doador de sangue no Brasil, mudou. O Ministério da Saúde (MS) publicou no dia 13 de junho de 2011 a portaria de número 1.353/2011, onde trata de uma série de fatores que qualificam uma pessoa a ser um doador de sangue.
Desde que foi publicada no Diário Oficial no dia 14 de junho de 2011, a idade mínima que era de 18 anos passou a ser de 16 e a máxima de 65 anos foi para 67, no caso dos menores é necessário que estejam acompanhados do pai ou da mãe ou de um responsável.
O Ministério espera com isso aumentar o número de doadores em todo o país e para isso realizou uma consulta pública que envolveu especialistas do setor e da sociedade, num total de 500 pessoas entrevistadas.
Quando se fala em percentual de doadores no Brasil, o número preocupa bastante, apenas 1,9% da população é doador de sangue e o MS espera que este ano o número chegue a 2,1 %, o que representa 4 milhões de doações no Brasil.

Acompanhe no vídeo uma visita ao Hemocentro de Palmas.



















Djavan Barbosa - djavan.barbosa@hotmail.com
Sérgio Reis Barros Nolêto - serginhobrasil31@hotmail.com

OPINIÃO: Tarifa do Sistema de ônibus coletivo de Palmas sofre constante aumento, mas qualidade do serviço deixa a desejar

Passageiros enfrentam fila na entrada do ônibus Eixão
     A tarifa do sistema de ônibus coletivos de Palmas constantemente sofre aumento, mas a qualidade do serviço deixa a desejar porque continuam causando prejuízos físicos e financeiros, tanto aos clientes do transporte coletivo, quanto aos profissionais contratados pela empresa que explora este mercado na capital.
     O grau de insegurança torna-se perceptível, a possível cobrança indevida no cartão de vale-transporte, por causa da má informação. O prejuízo no bolso acontece principalmente aos visitantes da capital, que muitas vezes tem que usar o serviço de ônibus municipal.
     Sem falar no desrespeito dos profissionais, que deixam a população assustada com o tratamento dado aos idosos, crianças e deficientes que ficam a mercê dos despreparados, pois, mesmo contando com uma frota de ônibus que possibilite o acesso ao deficiente, esses equipamentos não são operados de forma adequada, porque os relatos revelam descasos em que usuários deficientes tiveram a perna presa ao elevador de acesso, idosos são praticamente impressados nas portas, fora quando o motorista não respeita o sinal de parada. São tantos fatores de falta de qualidade que podem ser apresentados em vários parágrafos.
      Mas a corrida desenfreada pelo lucro não para e o desrespeito com o consumidor se misturam com as constantes rotatividades destes condutores nas empresas, e que parece não se adaptarem ao grau de exigência e estresse envolvidos nesta dupla função. A verdade é que se trabalha em dobro, e vivem sob pressão para cumprirem o horário, às vezes cobrir a falta de algum colega que adoece ou são demitidos do dia para a noite. Esta situação não passa despercebida pela população que terminam sendo a válvula de escape da estressante função dos motoristas de Palmas.
      O difícil exercício de conciliar a função de motorista e cobrador no trânsito em horários de pico motiva discussões recheadas de xingamentos que afetam a honra de ambas as partes. Seriam desnecessárias entre passageiros e motoristas esta situação, mas se mostram evidente na pressa praticada na direção do veiculo chegando a fazer manobras arriscadas e também param fora do local de desembarque deixando os clientes frente ao perigo de serem atropelados.
Flagra: Sistema inoperante desde as 14h do dia 17/02/2012
      Alguns chegam a receber o dinheiro e repassar troco mesmo dirigindo contrariando as leis de transito, e se arriscam para cumprir o percurso no horário estipulado de chegada a todas as estações sendo que o governo investe milhões nas campanhas educativas de transito que alertam e revelam que a falta de atenção ocupa os primeiros lugares nos rankings de tragédias nas vias de tráfego. 
      A inoperância das maquinetas de recarregar passagens são alvos de insatisfação dos passageiros, que são prejudicados, e sem o crédito na carteirinha se encontram obrigados a pagar mais de uma passagem, ou seja, a empresa lucra, enquanto o trabalhador, o estudante, e todos os utilitários pagam a conta da irresponsabilidade do sistema de transporte coletivo de Palmas.
        O prejuízo também acontece neste exemplo: O João desce do ônibus com uma ultima passagem. Ele vai ao posto da SETURB dentro da estação para recarregar a carteirinha (Segundo a lógica teria direito a ser integrado ao voltar para outro ônibus).  Só que ao fazer a nova recarga o sistema zera a ultima passagem da carteirinha do João. E começa a valer somente o novo crédito do João, ou seja, o João vai pegar outra linha de ônibus, ao invés de integrar, o João será cobrado pelo sistema uma nova passagem do novo crédito.          Então todas as vezes que o João descer do ônibus para colocar novos créditos perde o direito à integração de linha, e conseqüentemente pagará duas vezes contabilizando o lucro para empresa, e os prejuízos financeiros ficam a cargo do trabalhador João.
       Os pontos de ônibus também apresentam falta de segurança, isso quando não está tomado pelo matagal, a falta de iluminação fazem dos cidadãos alvos de fácil abordagem de maníacos e bandidos, e percebemos que alguns destes lugares se transformam em abrigo para moradores de rua, como por exemplo a estação em frente ao BIG que abriga um indivíduo que todas as noites dorme nos bancos daquele local, esquecido pela sociedade, coberto por um lençol fino. Será que as autoridades que ficam a poucos metros do local fecham os olhos para ver este caso que perdura acerca de três meses?
        Podemos verificar que este problema esta no âmago do sistema e são apresentadas desde as manobras bruscas que pegam os passageiros de surpresa causando acidentes, e quando o cliente deseja contestar alguma passagem cobrada indevidamente precisa se direcionar até a sede do Sindicato de Transporte Urbano (SETURB). Lembrando que existe uma dificuldade inicial, pois chegar ao local de ônibus se torna uma fonte desmotivadora de qualquer reclamação. Somente uma linha fixa faz o trajeto que passa em frente ao local.
       Sabemos que os percursos realizados pelos coletivos de Palmas são considerados pequenos em relação a outras capitais. Em centros próximos como Goiânia os usuários pagam uma tarifa menor. E recebem um bilhete impresso que dão direito ao utilitário usar os serviços quantas vezes precisar, sem o limite de tempo.  Permitindo um trajeto que ultrapassa a cidade de Palmas. Agora aqui o usuário fica limitado à conseguir pegar  no máximo três ônibus com a mesma passagem no limite de 2 horas. Isso tudo você consegue se a espera entre um ônibus e ajudar.
      O trabalhador, o estudante e principalmente o consumidor palmense nestas e em outras situações se encontram desarmados. Preferem sair perdendo e terminam não usufruindo de um serviço que deveria ser da mais alta qualidade, pois, após uma dura lida no trabalho ou na escola ninguém merece passar pela humilhação ao qual passamos todos os dias nos ônibus lotados.
       Precisamos mudar esta realidade, os governantes do Tocantins devem despertar para esta situação que assola e afeta a qualidade de vida e rendimento da nossa sociedade palmense. Esperamos ações políticas urgentes destes que elegemos, e que estão na câmara de vereadores, na prefeitura, Assembléia legislativa e Senado.
      Queremos o que nos foi garantido por direito, não estamos exigindo nada a mais, a nossa representação precisa fazer valer os benefícios que conquistados na constituição que garantem a segurança, o direito de ir e vir, e principalmente a certeza que iremos e chegaremos em casa tranqüilos certos que recebemos um serviço segundo o valor que pagamos contabilizando a maior tarifa de transporte urbano cobrado dentro do Brasil.

Edinaldo Viana

DICAS PARA DEIXAR SEU CARNAVAL MAIS ALEGRE

Divulgação
           Conforme a atitude do homem, os sentimentos podem mesclar entre alegria e tristeza, dor e alívio. No carnaval não é diferente, o ser, o estar e o permanecer alegre vai depender, em larga escala, do cuidado com o corpo. Carnavalescos, músicos, coreógrafos, dançarinos e o povo precisam redobrar atenção com a bebida, a alimentação e o condicionamento físico. 
          Durante a folia é aconselhável beber muito líquido como água mineral, sucos, água de coco e bebidas isotônicas. De acordo com a nutricionista Meire Aguiar, intercalar a bebida alcoólica com suco e refrigerante ajuda a balancear a glicose e evita o mal-estar. O consumo de água é essencial, durante e depois da festa, pois beber água hidrata o organismo, necessário devido à perda de líquido e de sais minerais.
         Alimentos ricos em carboidratos favorecem um corpo enérgico, para tanto, prefira os pães, barra de cereais, torradas, bolachas entre outros. Evite frituras e comidas gordurosas ou qualquer outra de difícil digestão. Esses alimentos estimulam o sono, reforça a nutricionista Meire.   
          Outro cuidado é adequar a roupa ao evento, detalhe fundamental, especialmente no carnaval que exige roupas leves como os de tecidos sintéticos, pois facilita a transpiração. O uso de calçados confortáveis, o condicionamento físico anterior, além de outros cuidados como usar camisinha para evitar uma gravidez indesejada ou mesmo uma AIDS, proporciona um carnaval seguro.
            O carnaval brasileiro é tradição, é cultura, é arte. Ele já vive no imaginário coletivo. A criatividade é algo inerente à festa e o mundo lhe conhece exatamente pelo seu dinamismo. 


Lucilene Campos
damilhomem@bol.com.br

Comunidade Entre Rios recebe escola após 3 anos de luta

A comunidade rural de Entre Rios, situada entre as localidades de Taquaruçu e Buritirana recebeu uma unidade escolar na sexta-feira (10). A conquista é resultado de uma luta da comunidade, desde 2008, para evitar que as crianças e adultos viajassem até Buritirana para estudar. Esta unidade escolar vai beneficiar também as famílias de assentamentos no entorno da comunidade: Sítio, Varedão, Serra de Taquaruçu e moradores das chácaras e fazendas. A escola vai iniciar suas atividades com 140 alunos, cursando o ensino fundamental e a Educação de Jovens e Adultos (EJA).

O Secretário Estadual de Educação, Danilo de Melo Souza, esteve no local para inauguração. Ele falou da importância da Escola para a comunidade e enfatizou que há projetos de levar até as comunidades rurais alguns cursos profissionalizantes, preferencialmente cursos ligados ao meio rural para que a comunidade aproveite melhor.
A líder comunitária Terezinha Ribeiro da silva relatou as dificuldades que desanimavam os pais e alunos, mas que não desistiram de dar aos filhos a educação. O trajeto era feito em van e levava até duas horas, uma vez que os alunos que estudavam à noite, muitas vezes chegaram em casa por volta de uma hora da manhã, devido a van ter que deixar cada aluno.
Essa vitória da comunidade mostra a demora das políticas públicas em responder a um pedido de direito básico do cidadão. Enquanto a comunidade Entre Rios comemora, outras continuam sem educação ou na luta pelo beneficio.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Famílias do assentamento Cavan serão realocadas para o setor Santo Amaro

Foto: Divulgação
Após anos de espera, foi finalizado o processo de doação do local onde as 73 famílias que vivem no assentamento denominado como "Cavan" às margens da TO-010, em Palmas, serão realocadas.


As famílias que foram cadastradas ainda em 2010, serão transferidas para o setor Santo Amaro, em uma área que foi doada pelo Governo do Estado ao Município de Palmas.

Em acordo com a Defensoria Pública, Estado e Município tomam as providências para a mudança das famílias para o novo local, e foi pré-agendado pela Defensoria Pública, Governo do Estado e Prefeitura de Palmas que até o próximo dia 5 de abril será realizada a mudança das 73 famílias para a nova área.

A equipe da Defensoria Pública realizou novo levantamento das atuais condições em que se encontram os moradores, para solicitar ao Município a visita de agentes de saúde no local, transporte escolar também para alunos de Ensino Médio, e assistência social. Inicialmente, as famílias ficarão ainda em moradias provisórias, no entanto, há o compromisso das Instituições competentes que haverá no novo local o acesso a serviços públicos como transporte, coleta de lixo, escola, atendimento em saúde, água e energia elétrica. Deverão ser incluídas no Procedimento Preparatório de Ação Civil Pública – PROPAC também, medidas para o acesso à capacitação profissional, solicitando a parceria também do Sistema “S” para a integração das políticas públicas a serem adotadas. Para tanto, a Celtins e a Saneatins também participaram dos debates para a resolução dessa questão.

“Foi uma reunião proveitosa, onde os presentes se mostraram preocupação com e estado das famílias e decidios a solucionar o problema. Como esse tipo de questão não se resolve de um dia para o outro, determinamos prazos que devem ser cumpridos para que essas famílias tenham uma moradia digna”, afirmou o Coordenador do NAC, defensor público Arthur Luiz Pádua Marques, que acrescentou ainda a importância de se realizar ações como estas sem intervenção judicial. “Fizemos um Procedimento Preparatório, oficiamos os responsáveis e agora estamos realizando esta reunião. Acredito que tudo será resolvido sem que tenhamos que acionar a justiça para garantir o direito dessas famílias”, complementou o defensor.

No entanto, há o compromisso do Município de incluir as 73 famílias em um programa habitacional para que as mesmas sejam beneficiadas com moradias definitivas.

Quanto ao prazo de cerca de 40 dias para a mudança, ficou acordado que tanto o Estado quanto a Prefeitura necessitam desse tempo para realizar a limpeza da nova área, bem como providenciar material para construção das moradias provisórias.

O Estado ficará responsável pelo transporte das famílias, e também da fiscalização do local ocupado atualmente para evitar novas ocupações irregulares.


Histórico


Estas famílias, em janeiro deste ano, se reuniram com Defensoria Pública e representantes da Prefeitura de Palmas e da Companhia de Saneamento do Tocantins – SANEATINS, e ficou firmado que as 73 famílias do assentamento deverão receber como benefício uma moradia em outro local, no entanto, a mudança dos assentados depende ainda de análises técnicas dos programas de habitação. O Estado, através da Secretaria de Habitação, é a responsável pela mudança das famílias para o local. Estas famílias estiveram por mais de anos alojados na feira da 503 Norte, antes de se mudarem para as margens da TO.

Por Raymara Santos e Waleson Matheus

OPINIÃO: O remédio errado

A investida policial para ocupação da área conhecida como “cracolândia” no centro de São Paulo, desencadeada no início do ano, tinha como meta expurgar os marginalizados viciados daquele local a fim de mostrar que o poder público está fazendo algo com relação à chaga social que se tornou o consumo do crack no País.  De fato o local foi “limpo” e os usuários retirados dali pela tropa de choque da polícia, mas uma pergunta resiste na opinião pública de maneira quase unânime: afinal, essa é a melhor maneira de combater os danos causados pela droga?
            O que a mídia brasileira vem noticiando nas primeiras semanas do ano na cracolândia tem sido uma operação militar muito questionável não apenas sobre sua eficiência, mas, mais ainda, sobre sua real intenção. Centenas de viciados dispersos perambulando pelas ruas, praças e avenidas do centro da cidade foi o saldo da operação. Crianças, velhos, grávidas, o vício não escolhe vítimas, mas a intolerância cega do Estado sim.

FONTE: G1.COM

PM repreende usuário à ponta pés
A situação aparente é a de que nem mesmo as autoridades sabem o que fazer diante da atual situação. Combater os traficantes e os usuários com o mesmo nível de repressão parece ser uma medida descabida, pois impedir as aglomerações das vítimas do crack é uma atitude que no máximo dificultará a logística da venda da droga, mas não vai sanar o problema.  O crack, subproduto da cocaína, oferece o maior potencial de suscetibilidade ao vício e a menor taxa de recuperação entre todas as drogas. Por essa razão a taxa de mortalidade em virtude do vício é altíssima, não só pela droga em si, mas também pelos males agregados a ela.
O processo de “desumanização” pelo qual passa o dependente do crack o impede de fazer escolhas sensatas, retira-o do domínio de suas próprias ações através de um visível processo de degradação psicológica e social. É, portanto uma doença, e deveria ser tratada como tal, mas o engessamento ideológico das políticas públicas brasileiras ainda insiste em empurrar a solução desse problema de proporções calamitosas para a parte menos capacitada a resolvê-lo, a polícia. Como numa reprise dos episódios da ditadura, o Estado tenta solucionar questões de ordem social, ideológica, política e humanitária com golpes de cassetete e balas de borracha.
É claro que a concentração desses usuários degrada o espaço físico da cidade e que no entorno desses locais, em virtude obviamente da busca por dinheiro para comprar mais drogas, a violência e a insegurança aumentam e somente a força policial pode agir quanto a isso, mas é preciso perceber que essa já é a parte final de todo o problema, que antes de um criminoso, o viciado é um doente e em se tratando do crack o viciado já é um doente em fase terminal.
Os usuários agora espalhados por outros pontos da cidade não vão deixar de consumir a droga, nem tampouco a destruição causada por ela será minimizada em virtude dessa ação de dispersão provocada pela polícia. Famílias continuam sendo findadas por causa do vício enquanto a polícia reprime os viciados já flagelados.   
É incabível que ainda seja necessário provar ao Estado que a repressão policial não vai minimizar nem tampouco por fim à drástica situação dos viciados, que carecem de ajuda médica urgente. Sem considerar a questão da prevenção ao uso das drogas, que é a principal maneira de combater esse problema, a investida prioritária do governo deve ser no sentido de tratar de maneira medicinal os dependentes juntamente com um acompanhamento psicológico.  Combater o tráfico sim é uma medida que demanda esforços militares de todas as esferas em conjunto, polícia militar, civil, federal e até o exército deve ser acionado para ceifar a ação dos criminosos na fonte.
O governo deve reprogramar sua postura diante desse problema e separar o joio do trigo. As cadeias foram feitas para isolar quem representa risco à sociedade e não para quem representa risco a si próprio. É claro que boa parte dos usuários acabam se envolvendo em práticas criminosas e estes devem pagar por seus atos diante à lei, mas trancafiar viciados junto com outros tipos de criminosos só agrava a situação ainda mais.  
Dados da Confederação Nacional de Municípios – CNM relatam que o crack já está presente em 98% das cidades brasileiras, o que significa que o episódio da cracolândia em São Paulo não é um fato isolado, é apenas reflexo do que já está ocorrendo em todo o país, a dependência psíquica de uma massa crescente de pessoas por esta droga está criando verdadeiros zumbis, que não assistidos da maneira correta pelo governo vão se amontoando em grupos, desnorteados na fissura de obter a cada momento mais uma pedra. Seja nas grandes metrópoles ou nas pequenas cidades do interior é de grande valia que as entidades do terceiro setor ajam para suprir a atual ineficácia do Estado. Entidades como o Centro de Atenção Psicossocial – CAP’S que oferece acompanhamento clínico aos dependentes em situação de risco constituem iniciativa exemplar e necessária no combate aos efeitos do crack.
É necessário que haja repressão ao crime em qualquer de suas formas, mas antes disso é preciso identificar quem precisa de cadeia e quem precisa de tratamento. Drogas sempre existiram e provavelmente sempre vão existir, pois elas sempre tiveram seu papel nas sociedades ao longo do tempo e em vários casos seu uso faz parte de uma atividade cultural como no caso de algumas tribos indígenas e também no caso de comunidades peruanas que mascam a folha da coca num ritual ancestral. No entanto quando essa prática cultural das comunidades desencadeia na degradação social tornando vulneráveis e flagelados seus adeptos, o Estado tem o dever de interferir. As vítimas do crack como já na maioria dos casos não detém poder sobre si precisam de ajuda externa.
Como se fosse uma doença que afeta o corpo do ser humano onde somente determinado remédio pode oferecer cura, a onda de consumo desenfreado de crack, que se prolifera livremente nas cracolandias é uma doença social que flagela milhares de pessoas em todo o Brasil. O remédio para tratar essa doença social com certeza não está na repressão policial, mas sim numa conscientização por parte do poder público de que os viciados, na condição de doentes, precisam de tratamento e não de pancadas. Talvez seja este o remédio certo que vai “curar” as cracolandias.

Por, Christopher A. M. P. Gama
campaixao@hotmail.com